![]() |
Colegiais fofas, monstros horríveis, mulheres gigantes e uma dificuldade altamente punitiva embalam este metroidvania com visual pixelado. |
Lost Ruins aparenta ser um jogo simples — mais um metroidvania entre tantos outros — mas surpreende em diferentes níveis pela leveza com que aborda a si mesmo, sem a pretensão de discursar ou comunicar algo específico, enquanto também não se deixa cair na armadilha de ser apenas uma piada.
Apresentação impecável
Não demora para o jogo mostrar ao jogador a que veio: logo de início, somos tele-transportados para um castelo e nossa personagem, como de costume, não sabe de absolutamente nada que está havendo ao seu redor ou o porquê de estar ali.
De qualquer forma, assim como qualquer jogador faria: ela segue em frente e explora seus arredores. Até se encontrar com Beatrice, que lhe dá uma missão: destruir as seguidoras da Dama das Trevas, uma entidade maligna da qual conhecemos apenas o nome, que acabamos de descobrir.
Seguindo em frente, o jogo vai nos apresentando suas principais mecânicas, que permearão os cenários e combates até o fim. Este início, simples e direto, guia o jogador através dos esquemas do jogo, sem paradas para ler tutoriais ou tarefas que precisam ser repetidas.
Além do rápido e bem elaborado tutorial, o início do jogo fica marcado pelo primeiro contato que nós, jogadores, temos com os visuais apresentados pelo jogo.
Desde os lindíssimos sprites em estilo chibi aos cenários bem variados que vemos desde começo do jogo, tudo é realmente muito bonito, ainda mais aliados aos efeitos de luz e brilho que contrastam com as sombras que se espalham pelo castelo.

Um castelo e várias masmorras
Cada local do mapa é diferente do anterior, embora eles possam se estruturar de maneira semelhante em algum grau, as músicas e os visuais, além da maneira como se integram à jogabilidade e aos inimigos distribuídos por ali garantem que cada um deles se pareça bem distante uns dos outros.
É importante sempre estar atento aos arredores para não colocar a si mesmo em uma situação de morte garantida, pois além dos inimigos, os itens distribuídos pelo cenário, além de armadilhas, podem causar dano ao jogador se algo der errado.
Felizmente, estes perigos oferecidos pelo ambiente também afligem os inimigos que enfrentamos, embora alguns sejam imunes a determinados efeitos, equipamentos e feitiços possibilitam que o jogar aproveite da mesma fortuna em diversas situações, enchendo o chão com óleo e utilizando um feitiço de ignição para incendiar tudo ou até mesmo utilizando a água para maximizar e aumentar a área de efeito de feitiços e itens elétricos.
Desta maneira, em uma combinação de inimigos, cenário e possibilidades de interação com cada um desses, é que se desenrola não apenas o combate. mas também a navegação pelo mapa do jogo.
Os chefes, por sua vez, são bem desafiadores na primeira vez que encaramos, mas uma vez descobertos seus pontos fracos, é possível passar por eles bem tranquilamente. As lutas são bem divertidas também, com belos sprites e, apesar de padrões de ataque relativamente simples, não são tão fáceis de lidar, mesmo os conhecendo.
Forte fator replay é um trunfo
Embora o jogo demore um pouco mais para se completar na primeira vez, a partir da segunda partida já é possível correr pelo mapa com tranquilidade, completando o jogo bem rapidinho.
Esta capacidade é importante justamente pelos diferentes desafios propostos pelo jogo, pois ao zera-lo, são liberadas três novos modos de dificuldade: o modo bruxa, o modo assassino e o modo chefes, que limita os itens que o jogador pode utilizar e alteram os efeitos dos equipamentos disponíveis pelo jogo, possibilitando novas estratégias. Algumas muita apelonas, por sinal.
Já o modo chefes, tem uma proposta diferente: expande a história do jogo enquanto permite ao jogador experimentar novas personagens: algumas das chefes que enfrentamos durante a campanha do jogo.

Máxima dificuldade
Além dos modos mencionados acima, o jogo possui também as dificuldades veterano e hardcore, a última sendo o desafio máximo proposto pelo jogo, onde a morte apaga também o arquivo de salvamento do jogador, obrigando-o a iniciar uma nova partida do zero para tentar novamente, enquanto aumenta drasticamente o dano dos inimigos.
No papel parece chato, mas acaba sendo um desafio bem divertido para quem já se familiarizou bem com o jogo durante as partidas nos outros modos de dificuldade disponíveis. E como o jogo não é tão longo, a punição também não é sentida tão severamente.
O jogo também conta com diferentes finais, e o melhor de todos, só pode ser desbloqueado nas dificuldades veterano ou hardcore, sendo mais simples de se conquistar na dificuldade hardcore, enquanto na dificuldade veterano, é necessário que se realize diversas tarefas durante a partida para poder alcança-lo.
Uma experiência completa
Por fim, Lost Ruins se mostra um metroidvania sólido e facilmente um dos poucos que realmente chegam a se destacar dentro do gênero, com sua estética bem projetada e bonita, level design inteligente que possibilita a exploração das diferentes mecânicas de combate para além de um mero roteiro disponível para que o jogador siga.
A dificuldade em Lost Ruins é também a recompensa que o jogo dá ao jogador: a possibilidade de enfrentar desafios de diferentes níveis é algo que, não apenas incentiva o jogador a rejogar, mas também experimentar diferentes estratégias e builds com aquilo que o jogo proporciona, seja em matéria de cenário, equipamento ou magia.
É um jogo bem mais afiado do que aparenta. Apesar da história simples, é autoconsciente e foca-se muito mais em seus pontos forte do que em seus pontos fracos, ou melhor: desimportâncias. A jogabilidade é a prioridade, do início ao fim, ainda assim, ele não deixa a desejar em nenhum outro ponto.
Disponível para: | Steam, GOG, Epic, XONE, PS4, Switch |
---|---|
Desenvolvido por: | Altari Games |
Publicado por: | Dangen Entertainment |
Lançado em: | maio/2021 |
Gênero: | Ação, Plataforma, Metroidvania |